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Super Coach do Cocó

O karma de (con)viver com Doenças Inflamatórias do Intestino.

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O karma de (con)viver com Doenças Inflamatórias do Intestino.

04.Jan.21

Quais os tratamentos para uma DII? || What are the treatments for IBD?

Estavam dois cocós a saltar à corda e chegou uma

O tratamento deve começar pelo diagnóstico preciso. Este depende do conjunto da história clínica, dos resultados dos exames físico, endoscópico, radiológico e histológico, assim como dos exames laboratoriais. O resultado desta investigação permite distinguir doença de Crohn da colite ulcerosa. (Contudo, em casos mais raros, nem sempre é possível esta distinção. Não significa que não se possa iniciar um tratamento.)

O objectivo do tratamento da doença intestinal é reduzir a inflamação que desencadeia seus sinais e sintomas. Nos melhores casos, isso pode levar não só ao alívio dos sintomas, mas também à remissão a longo prazo e redução dos riscos de complicações. O tratamento das DII geralmente envolve terapia medicamentosa ou cirurgia.

O tratamento da DII vai depender da gravidade, da extensão e do local envolvido. Um grande número de drogas que actuam como anti-inflamatórios gerais ou selectivos têm sido empregados, porém consegue-se a remissão das crises, mas não a cura da doença. Mesmo com o alívio dos sintomas é de extremamente importância manter o tratamento pelo tempo recomendado pelo médico. Só porque os sintomas aliviam, não significa que a doença está em remissão ou sob controlo. 

Toda a medicação tem efeitos secundários possíveis e por isso é recomendado de manter a posologia e a duração de tratamento recomendada. Certas medicações requerem uma monitorização próxima, que pode por vezes parecer restritiva, sobretudo para pacientes recentemente diagnosticados. No entanto, é um preço a pagar para atingir remissão em segurança. 

 Posto isto, quais são os tratamentos existentes?

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1) Ácido 5-aminosalicílico (5-ASA)
Os fármacos anti-inflamatórios são frequentemente o primeiro passo no tratamento da doença inflamatória intestinal. A medicação a tomar depende da área do cólon afetada. Os anti-inflamatórios incluem: Sulfasalazina (Salazopirina, Azulfidina); Mesalazina de liberação retardada (Asacol, Pentasa, Salofalk, Mezavant, Lialda); Balsalazida (Colazida); Olsalazina (Dipentum).

O tratamento de manutenção com 5-ASA pode ser efetivo para manter a remissão da colite ulcerosa.

 

2) Corticosteróides
Corticosteróides têm sido usados quando o 5-ASA se mostra ineficiente. Os corticosteroides não são primeira escolha no tratamento devido aos seus efeitos secundários. Eles provavelmente agem pelas mesmas propriedades funcionais relativas dos processos inflamatórios. Parecem controlar a doença de uma maneira complexa. O uso tópico de corticosteróides, como enemas de hidrocortisona, podem ser usados como alternativa ao 5-ASA para doentes com proctite ulcerativa ou colite ulcerosa distal. Prednisona ou prednisolona oral são usadas com moderação em colites severas, sendo a administração intravenosa reservada para pacientes graves que requerem hospitalização. Cuidados especiais devem ser tomados no uso prolongado de corticosteróides, pois é frequente o aparecimento de hipertensão arterial, diabetes e osteoporose.

Neste grupo estão incluídos: Prednisona, Budesonide (Entocort), Prednisolona, Hidrocortisona, Betametasona (Betnesol) e Metilpredinisolona (Solu-Medrol). 

 

3) Agentes imunossupressores 

Estes medicamentos funcionam de diversas maneiras para suprimir a resposta imune que liberta substâncias químicas induzindo inflamação na mucosa intestinal. Para algumas pessoas, uma combinação destes medicamentos funciona melhor do que um medicamento isolado.

Alguns exemplos de drogas imunossupressoras incluem azatioprina (Azasan, Imuran), mercaptopurina (Purinethol, Purixan), ciclosporina (Gengraf, Neoral, Sandimmune) e metotrexato (Trexall).

 

4) Biológicos (imunomodeladores)

Tem-se expandido o papel dos imunomoduladores no tratamento de pacientes com DII. Estes agentes são geralmente úteis para pacientes nos quais a dose de corticosteróide não pode ser diminuída ou descontinuada. Estes medicamentos, da mesma forma que os corticosteróides, expõem os doentes ao risco de infecção oportunista. Esta classe de medicamentos chamados na gíria biológicos (porque são feitos a partir de células vivas em vez de sintetizadas em laboratório), funciona neutralizando uma proteína produzida pelo próprio sistema imunológico. Exemplos incluem infliximab (Remicade), adalimumab (Humira) e golimumab (Simponi). Outras terapias biológicas que podem ser utilizadas são natalizumab (Tysabri), vedolizumab (Entyvio) e ustekinumab (Stelara).

 

A abordagem de tratamento depende do quadro clínico de cada um e cabe ao médico decidir com o portador de DII qual a melhor abordagem de acordo com o seu quadro clínico. A imagem abaixo mostra duas estratégicas possíveis: ou começa-se pelos 5-Asas e vai-se escalando consoante a evolução do paciente; ou começa-se pelo topo da pirâmide (cirurgia em casos que assim o requeiram ou biológicos). No meu caso, em mais de 13 anos de Colite Ulcerosa a estratégia de tratamento que o médico gastroenterologista seguiu tanto foi uma como a outra, dependendo da severidade das minhas crises. 

A medicação é administrada de diferentes formas: uma tem que ser aplicada via recto, outra via oral, outros via intravenosa ou ainda injectável intramuscular.

 

No entanto, em certos casos poderá ser necessário ainda outras formas de tratamento adicionais:

5) Antibióticos

Os antibióticos podem ser utilizados além de outros medicamentos ou quando a infecção é uma preocupação - por exemplo, em casos de doença de Crohn perianal. Os antibióticos frequentemente prescritos incluem ciprofloxacina (Cipro) e metronidazol (Flagyl).

 

6) Outros medicamentos e suplementos

Além de controlar a inflamação, alguns medicamentos podem ajudar a aliviar alguns sintomas, MAS, qualquer medicamento e/ ou suplemento só deve ser tomando mediante indicação médica. Dependendo da gravidade da sua DII, o seu médico pode recomendar um ou mais dos seguintes itens:

- Medicamentos anti-diarréicos. Um suplemento de fibra - como o pó de psyllium (Metamucil) ou metilcelulose (Citrucel) - pode ajudar a aliviar a diarreia leve a moderada, adicionando volume às suas fezes. Para uma diarreia mais grave, a loperamida (Imodium A-D) pode ser eficaz. Alguns destes medicamentos, como a loperamida (Imodium, por exemplo), estão disponíveis sem receita médica. Outros, como o difenoxilato (Lomotil, por exemplo), estão disponíveis apenas com receita médica. Estes medicamentos contêem ingredientes que retardam ou param os espasmos nos intestinos que causam sintomas. Contudo podem ser perigosos quando usados com inflamação moderada ou grave do cólon, porque podem causar uma complicação séria chamada megacólon tóxico em que o cólon incha aumentando enormemente o seu tamanho normal (e cujo tratamento é remoção total do colon). Por isso, antidiarreicos somente sob a supervisão do seu médico. Parar imediatamente de tomar se tiverem febre ou dor de barriga severa. Se tomaram antidiarreicos durante 10 dias e ainda tem diarréia, é altura de falar com o médico.

 

- Alívio da dor. Para dor leve, seu médico pode recomendar acetaminofeno (Tylenol, outros). No entanto, o ibuprofeno (Advil, Motrin IB, outros), o naproxeno sódico (Aleve) e o diclofenac sódico (Voltaren) provavelmente irão piorar os sintomas e também piorar a actividade da doença. Mais uma vez: só devem ser tomados mediante indicação médica!

- Suplementos de ferro. Se tem sangramento intestinal crónico, é muito provável que desenvolva anemia ferropriva e deverá tomar suplementos de ferro. Contudo, suplementos orais de ferro podem ser contraproducentes em pessoas de DII por provocarem mais diarreias e sintomatologia, que pode ser facilmente confundida com o agravamento da DII. Nesse caso, ferro intravenoso é prescrito pelo médico.

- Suplementos de cálcio e vitamina D. Na doença de Crohn e Colite Ulcerosa, os esteróides (vulgo cortisona) usados ​​para tratá-las podem aumentar o risco de osteoporose. Nestes casos, poderá ser necessário tomar um suplemento de cálcio com vitamina D adicionada.

 

7) Cirurgia

Se a dieta e o estilo de vida mudar, a terapia com medicamentos ou outros tratamentos não aliviam os sinais e sintomas da DII, o médico pode recomendar a cirurgia.

Cirurgia para colite ulcerosa: A cirurgia geralmente pode eliminar a colite ulcerosa. Mas também significa remover todo o cólon e recto (proctocolectomia) e tem as suas consequências.

Na maioria dos casos, isso envolve um procedimento chamado anastomose anal da bolsa ileal. Este procedimento elimina a necessidade de usar uma bolsa para coletar fezes. O cirurgião constrói uma bolsa do final do intestino delgado. A bolsa é então anexada directamente ao ânus, permitindo que expulsar o lixo de forma relativamente normal.

Em alguns casos, uma bolsa não é possível. Em vez disso, os cirurgiões criam uma abertura permanente no abdómen (estomago ileal) através da qual as fezes são passadas para coleta num saco em anexo.

Cirurgia para a doença de Crohn: Pelo menos metade das pessoas com doença de Crohn exigirá pelo menos uma cirurgia. No entanto, a cirurgia não cura a doença de Crohn.

Durante a cirurgia, o cirurgião remove uma porção danificada do trato digestivo e depois reconecta as secções saudáveis. A cirurgia também pode ser usada para fechar fístulas e drenar abscessos.

Os benefícios da cirurgia para a doença de Crohn são geralmente temporários. A doença geralmente repete-se, frequentemente perto do tecido reconectado. A melhor abordagem é seguir a cirurgia com medicação para minimizar o risco de recorrência.

 

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Although this is an extremely long text in Portuguese, there is excellent good quality information in English you can find online. I will leave below some references:

Mayo Clinic

Crohn’s and Colitis Foundation of America

Crohn's and Colitis Canada

Should you have any question, just drop a comment!

 

NOTA: Nada do que escrevi ou escrevo aqui se sobrepõe à opinião do vosso médico. Se têm dúvidas perguntem ao vosso médico ou peçam uma segunda opinião a um médico especializado.